Nessa entrevista, os alunos Andressa, Geison e Mariana entrevistaram o Sr. Leopoldo Tomelin, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.
O mais interessante, é que no dia 7 de setembro, nossa escola homenageou os ex-combatentes e ele participou do desfile.
Abaixo segue fotos e a entrevista:
Entrevista com o Senhor Leopoldo Tomelin
Por: Andressa, Geison e Mariana.
Chegamos à casa de
Leopoldo Tomelin para fazer a entrevista com ele sobre Rodeio.
Vamos contar um pouco da
sua história: ele tem 90 anos de idade, casado com Belandina Tomelin de 86 anos
de idade, tem cinco filhos, o nome de
seu pai é Sfetano Tomelin e o nome de sua mãe é Rosina Tomelin e ele vai
completar 64 anos de casado.
1)
Mudou
muita coisa na cidade de seu tempo para agora? Por quê?
R:
Mudou muito. O tempo de antigamente não era igual como agora, o tempo era mais
difícil em Rodeio, antes da guerra não podia falar em italiano, depois da
guerra mudou, podia-se falar em italiano e alemão.
2)
O
senhor sobe algum caso polêmico que aconteceu na cidade? Se sim, qual?
R:
Não podia falar em italiano, depois uma turma
fez uma festa e tomaram cerveja, assim fizeram uma brincadeira e
começaram a falar em italiano e na segunda-feira foram levados na polícia e
colocaram eles para capinar na estrada porque antigamente não existia calçada e
nem calçamento.
3)
A
vida naquele época era boa comparada com agora?
R:
Não, era ruim mas agora é mais fácil de conseguir as coisas do que antigamente. Eles trabalhavam muito antes da guerra e eram obrigados a trabalhar na lavoura. Depois
da guerra mudou muito para mim.
4)
O
que o senhor gostaria que Rodeio mudasse na cidade atualmente? E hospital?
R:
Não precisava mudar muita coisa. Um hospital tem que ser bom, que agora muitas
coisas tem que ir para Blumenau ou às vezes Timbó. Se tivesse em Rodeio como antigamente.
5)
Como
Rodeio recebeu vocês quando vieram da guerra?
R:
Recebeu sim, todo mundo estava esperando e fomos bem recebidos.
6)
Em relação à segunda guerra mundial, como foi
para Rodeio essa decisão? Quais as dúvidas relacionadas à guerra?
R:
Uma surpresa para Rodeio. Foram
convocados todo o pessoal e tinham feito o tiro em Rodeio não precisava ir para
o exército e depois fomos convocados para ir na guerra, eu fiquei quase três
anos lá.
R:
Eu participei em diversos combates em Monte Castelo e depois em Montese que ficava
em cima de uma montanha, era uma cidade antiga que tinha muros ao redor a
cidade não era muito grande. Eu perdi muitos colegas, ficamos quatro dias no combate e foi bem difícil. Bem a
gente era para se comunicar em cartas só que não podia falar em guerra, quando
ia para a guerra não falei para ninguém.
A última carta que eu escrevi eu falei só que eu ia mudar de endereço,
meus colegas também não sabiam, as
pessoas falaram para eles para não contar só falar que iria mudar de endereço e
foi feito isso, depois fomos para a
Itália no dia do meu aniversário eu sai do Brasil para ir na Itália em 21 de
setembro quando ia completar 21 anos, eu achava que eu era o único e tinha
muitos soldados mais velhos do que eu.
8)
Qual foi a pior coisa que aconteceu na guerra
para o Senhor? E qual foi o seu maior medo de quando o senhor chegou lá para o
confronto?
R:
A guerra foi em Montese, ficamos quatro dias lá, para eu me salvar eu me joguei
em um buraco de uma bomba de avião e tinha um pau no lado, a bomba matou muita
gente. Eu fiquei um bom tempo com o barulho no ouvido. A bomba bateu perto da
minha cabeça, por cima nem dois metros
da minha cabeça e fiquei com o chiado no
meu ouvido por um tempo. No começo a gente tem medo. A gente entrou na linha de frente em Monte Castelo
e ficamos cinco meses em linha de frente.
9)
Onde
o senhor foi convocado?
R:
Fui convocado em Blumenau, e os outros para Joinville, depois em São Paulo,
ficamos quatro meses e para o Rio de janeiro, mas ficaram só um pouco e depois foram para a
Itália.
R:
Cinco meses na linha de frente em dois de maio pensavam que a guerra já tinha acabado . Ficamos na Itália em
várias cidades mas não lembro o nome que faz muitos anos a cidade de Palmas era
mais para o Norte eu lembro a cidade tinha uma igreja não era muito grande e estouraram
uma bomba dentro da igreja, a igreja que era feita de pedras, e a parede caiu toda mas sobrou um
canto. Foi um milagre por que as paredes
dos lados caíram e a parede que tinha Nossa Senhora não caiu.
Assim vai terminando a
nossa entrevista com o senhor Leopoldo Tomelin que dedicou seu tempo para
responder nossas perguntas. Muito obrigada pela
sua atenção.
Imagens do dia do desfile:
Obrigada ao Senhor Leopoldo por conceder a entrevista aos meus alunos e pela dedicação da equipe na entrevista.
Abraços,
Professora Cleide.